De acordo com o Monitor do Fogo, divulgado pelo MapBiomas na última sexta-feira (11), 92% das áreas queimadas no Pantanal em setembro eram de vegetação nativa, mostrando a intensidade da devastação em um dos ecossistemas mais frágeis do mundo. A seca severa e a intensificação das mudanças climáticas contribuíram para o avanço descontrolado das chamas, que ameaçam a rica biodiversidade e os recursos naturais da região.
Os incêndios florestais se espalharam por todo o Brasil em 2024, atingindo um total de 22,38 milhões de hectares – uma área equivalente ao estado de Roraima. O aumento é impressionante: 150% maior que no mesmo período de 2023, quando 8,98 milhões de hectares foram queimados. Só em setembro, 10,65 milhões de hectares foram devastados, quase metade de toda a área afetada nos oito meses anteriores.
Embora o Pantanal tenha registrado o maior aumento percentual, a Amazônia foi o bioma mais afetado em termos absolutos. O fogo atingiu 11,3 milhões de hectares da floresta amazônica, o que representa 51% de toda a área queimada no Brasil. O mês de setembro foi especialmente crítico, com 5,5 milhões de hectares destruídos, sendo 2,8 milhões de formação florestal.
A crise de incêndios na Amazônia foi agravada por uma seca mais intensa, exacerbada pelas mudanças climáticas, conforme explicou Ane Alencar, diretora de ciências do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).
O Cerrado também enfrentou seu maior nível de devastação em cinco anos, com 8,4 milhões de hectares queimados até setembro. A seca extrema no bioma facilita a propagação rápida do fogo, comprometendo tanto a vegetação nativa quanto a qualidade do ar nas cidades próximas.
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