17 de jul. de 2020

Frigoríficos são hotspot de Covid no Brasil

Uma matéria do jornal inglês The Guardian mostra, mais uma vez, a intersecção da exploração humana e não-humana em frigoríficos, o câncer do planeta.

Por causa do vício na carne e para gerar lucro para os grandes empresários por trás desse negócio sinistro, os frigoríficos ficaram abertos durante a epidemia. Os trabalhadores inevitavelmente ficam perto um dos outros e podem se contaminar. Além disso, podem contaminar a carne também. 

Segundo a reportagem, o Rio Grande do Sul foi o mais atingido. No dia 23 de junho, quase cinco mil trabalhadores já tinham testado positivo em 32 unidades, o que equivale a um terço de todos os casos na região, um procurador local disse. Cinco trabalhadores e 12 pessoas que tiveram contato com eles morreram.

O estudo revela que há uma relação direta entre focos de contaminação e a localização de frigoríficos. A China já até suspendeu importação do Brasil da BRF e da JBS. Não que isso represente um alento para os animais. Infelizmente, outros animais em outros lugares ocuparão esse lugar terrível. Mas o que essa situação indica, e isso é um argumento vegano a ser usado, é que frigoríficos matam não apenas animais não-humanos. A vida dos humanos explorados por essa indústria não importa. Além da Covid, é notório o índice de acidentes com mutilação nesses locais, casos de depressão e até trabalho escravo.

Um fato alarmante que a matéria revela é que alguns frigoríficos no norte do país empregam indígenas de reservas e eles contaminaram pessoas em suas aldeias. Ou seja, além de matar índios com o desmatamento, a pecuária agora também mata com o Covid-19.






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