Para quem cresceu nos anos 80 como eu, o vegetarianismo já era um elemento arraigado na cultura geral, com muitas opções de restaurantes e 'self-services' servindo esse tipo de dieta. Como muita gente dessa geração, eu permaneci um semi-vegetariano durante muito tempo, evitando carne vermelha mas me permitindo um pouco de 'carne branca' (peixe e galinha) aqui e ali. Felizmente eu nunca gostei de leite ou ovos.
E assim os anos se passaram, e o movimento orgânico surgiu, quando eu já estava vivendo em Londres na década de 90. Através dele, eu adquiri uma consciência maior em relação à comida e ética de consumo. Produtos não testados em animais foram disponibilizados para o público (pelo menos no caso da Inglaterra) e a questão dos direitos de animais vistos apenas como 'comida' foi se tornando uma questão impossível de evitar.
Mas... também como muita gente, eu preferia virar a cara das imagens que mostram a verdadeira face daquela carne cosmeticamente embalada em supermercados. Realmente não é fácil testemunhar tanto pavor e dor. Mas encarar é preciso porque foi somente quando eu o fiz de olhos e coração abertos que eu consegui realmente tomar a melhor decisão da minha vida.
Mas... também como muita gente, eu preferia virar a cara das imagens que mostram a verdadeira face daquela carne cosmeticamente embalada em supermercados. Realmente não é fácil testemunhar tanto pavor e dor. Mas encarar é preciso porque foi somente quando eu o fiz de olhos e coração abertos que eu consegui realmente tomar a melhor decisão da minha vida.
Eu conto essa estória para ressaltar a importância de se mostrar as imagens que revelam sem censura as atrocidades sofridas por criaturas sem crime nas mãos da ganância e indiferença humana. E também para dizer que todo mundo pode fazer algo pelos animais, sendo o primeiro passo deixar de consumí-los.
Não há como esquecer olhar de desespero do boi, do porco, da galinha e de outros animais de 'produção' quando chega a sua hora. Para mim, a escolha foi a seguinte: permanecer indiferente ao sofrimento dos nossos companheiros de planeta por conta de comodidade e prazer seria sacrificar a minha própria humanidade, que deve ser definida pela compaixão.
Não existe produto animal que não venha carregado de sofrimento: carne vermelha, carne branca, peixe, leite, ovo, mel, produtos de limpeza e estética, o uso de animais para tração, entretenimento e as muitas outras formas de escravização dos não-humanos, tudo carrega a marca da crueldade, da dor e da barbárie. Eu espero que futuras gerações olharão para esses crimes da humanidade com o mesmo horror que hoje contemplamos a escravidão, a queima de bruxas na fogueira e outros atos que em seu tempo também eram naturalizados pela legalidade injusta e distorcida por interesses egoístas.
Lobo Repórter (LR) faz parte dos meus esforços de colaboração com a causa abolicionista, e trará comentários sobre notícias publicadas na mídia, divulgação de ações específicas, eventos, campanhas, promoção da filosofia vegana e um pouco de humor e cultura. Esse blog é também uma plataforma de aprendizado e aprofundamento sobre esse projeto que cresce no mundo inteiro. Como escritor, essa é uma oportunidade única de dizer uma verdade que precisa ser difundida e vivida por toda a sociedade.
Eu espero aqui poder inspirar àqueles sentados em cima do muro a dar o pulo para o lado da vida que exclui a crueldade contra animais. E, principalmente, eu espero dar voz àqueles que nesse momento estão trancados em jaulas, aterrorizados, a mercê de pessoas que não reconhecem sua sensciência, sendo negados qualquer oportunidade de expressar sua natureza, tendo sua dignidade, integridade física e liberdade fatalmente violadas. É a esses seres que precisam de nós pouco mais do que o direito de ser que eu dedico esse trabalho.
Um comentário:
Oi Lobo!!!
O mesmo sentimento de horror que você tem em relação a atrocidade sofrida pelos animais eu também tenho. Muito do que você escreveu eu me identifiquei. Meu blog também é uma tentativa de divulgar a proteção animal e o vegetarianismo através de textos coletados na internet. Caso você permita também gostaria de colocar textos teus.
Um abraço.
Regina
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