6 de out. de 2013

Protesto de direitos animais simula velório para chamar atenção


(Via Facebook)

No sábado, dia 5 de outubro, em evento alusivo ao Dia dos Animais (4/10), o Projeto Pro-Animal (São Leopoldo/RS), promoveu uma ação educativa de sensibilização da comunidade local chamando a atenção para a referida data como sendo um dia de luto, e não uma data para ser comemorada.

Na Rua Independência, principal rua da cidade, os pedestres foram surpreendidos por um cenário incomum e um tanto grotesco: ativistas enlutados em torno de um caixão velando um porco de terno com as patas entrelaçadas tal como um defunto, enfeitado com flores decorativas e produtos alimentícios suínos (salsicha, bacon, linguiça etc) e perto disso um banner com fotos de um menino com síndrome de Down e seu porquinho de estimação.

No banner, a mensagem era de luto com um apelo de que esse “tipo de crime” precisava acabar, que “ele” era tão sensível quanto qualquer “gênio” mas que mesmo assim teria sido torturado e assassinado. E que a vulnerabilidade “dele” exigia nosso cuidado, e não o nosso descaso e egoísmo. As fotos do banner remetiam para o menino com Down, ainda que ele estivesse sempre junto do porquinho.
“A ideia era essa mesma de causar esse estranhamento. Ao perceber o inesperado, uma vez que era um porco a ser velado e não o menino, o passante foi estimulado a voltar olhar para o banner, reler a mensagem e colocar em conflito qualquer conclusão apressada”, explicou o publicitário e ativista Juliano Zabka.

Também, os transeuntes receberam panfleto informativo com o título “Participação de Falecimento” descrevendo a série de crueldades que os porcos sofrem em sua breve vida, desde a sua concepção até o dia em que são brutalmente abatidos. No verso do panfleto foram mencionadas as demais formas de exploração animal, tal como a vivissecção, entretenimento (rodeios, circos, zoológicos, vaquejadas), peles/couros e alimentação.

A participação do público foi intensa e a reação das pessoas foi de perplexidade diante do porco sendo velado. Muitas delas manifestaram o propósito de não mais ingerir carne de porco e derivados a partir do momento em que fizeram a conexão entre os produtos suínos e o defunto expostos no caixão. Nessa oportunidade, os ativistas alertavam para a situação semelhante de outros animais usados na alimentação.

Para o historiador e ativista Márcio Linck, o objetivo da ação envolvendo o funeral de um porco era propor que as pessoas fizessem a devida conexão de suas escolhas alimentares com toda uma cadeia de horrores pelas quais um animal passa até virar comida. “Ao consumir a carne e os derivados de porco, as pessoas sepultam também aquilo que ele tinha de mais de precioso: a vida”, declarou Márcio.

A atividade teve início às 09h e encerrou às 17h30min e teve a cobertura da imprensa local e incontáveis registros fotográficos replicados pelo público.

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