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Foto: Revista Época |
Uma matéria em uma revista conhecida como a Época celebrando os laços de amor entre seres humanos e não humanos é, com certeza, motivo para celebrar. Eu espero que ela inspire outros cidadãos a respeitar os animais como eles merecem e não apenas os animais fofinhos, mas também aqueles que as pessoas comem sem nem reconhecer que o fazem, e que as vezes elas maltratam indiretamente por não tomar cuidado em suas escolhas, como produtos testados em cobaias animais.
Agora, vamos ao lado pessimista da reportagem: Quando a matéria diz que no Brasil existem 101 milhões de animais domésticos, eu recebo essa estatística com um pesar porque é impossível não ver por trás deste número um comércio de vidas enorme. Eu espero que este número inclua animais adotados. Mas de qualquer maneira, o número assusta porque, para alimentar tantos animais, é necessário colocar mais pressão no meio ambiente e matar ainda mais outros animais pelos quais as pessoas não parecem sentir todo esse amor.
Sendo assim, eu vejo este tipo de reportagem com uma certa dubiedade. O meu pensamento sobre a domesticação de animais é simples: ela só vale quando o animal se beneficia dela. Por exemplo, um cão adotado com certeza de beneficia de um lar seguro e amoroso. Um gato também. E esses animais já criaram uma simbiose com os humanos e de fato fica difícil imaginá-los fora do nosso convívio, embora eu acho que isso devesse ser privilégio de poucos. O que é claro para mim é que animais como pássaros, coelhos, cobras, chinchilas e qualquer outro que a imaginação consumista do ser humano acabe por levar como prisioneiros para dentro de suas casas não se beneficiam do contato humano. Pelo contrário, eles sofrem com a perda de sua liberdade e dignidade.
Vamos amar os animais, mas da maneira certa. Mesmo entre os seres humanos, existem vários outros sentimentos disfarçados desta emoção que é a mais nobre de todas, mas que para ser expressa da forma correta requer uma enorme dose de sabedoria e generosidade.
Fonte: RE
Um comentário:
Engraçado Lobo, eu também tive interpretações outras com a leitura da reportagem.
Todo o afeto é válido, mas sempre margeando a posição do outro envolvido nesse afeto. Humanizar animais é desrespeitoso com sua biologia tanto quanto amar seu bichano e totó e comer outros...
Desde os primórdios e em em todas as sociedades, primitivas e modernas, o convívio com aminais sempre foi imperativo, seja para ser seu xerimbabo amadinho, quanto para serviços e alimentação. Eta mais que na hora de catapultarmos a questão serviço e alimento.
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