16 de mar. de 2012

Como deve ser a relação com os animais de quem vive perto da natureza

Imagem ilustrativa
Minha amiga Anna Gallo, que mora em Teresópolis, publicou alguns dias atrás esse relato sobre uma situação em que ela teve que ajudar uma ninhada de gambás que se alojaram no forro de sua casa. Em seu texto Anna conta de sua aventura com a burocracia responsável pela fauna. O texto foi publicado terça feira (13) e o final da história aparentemente é feliz. Eu pedi autorização para reproduzir no blog porque acho que Anna deu um exemplo de solidariedade e o Facebook fornece uma plataforma incrível para se criar narrativas interativas que sem ele passariam desapercebidas. Mantive a grafia original para preservar o sabor Facebookiano do texto. 

 “Ontem, encontramos um "animal silvestre" entre a lage e o forro de gesso da minha casa, então, liguei pra uma amiga, mt "engajada" politicamente, q me deu o telefone do setor responsável do PARNASO (Parque Nacional da Serra dos Órgãos). lá, um rapaz mt simpático me disse, às 8 e meia da manhã, q eles estavam sem carro para coleta e q a área da minha casa era de responsabilidade da secretaria municipal do meio ambiente, mas q ele (q era simpático e tinha mt boa vontade tb) ia avisá-los da situação e me passou o telefone da sec. mun. de meio ambiente caso demorassem......algumas horas depois, apareceu um fiscal do parque municipal numa pick up (q permaneceu ligada desde a hora q o tal fiscal chegou até a sua partida).... qt ao fiscal, este, estava totalmente despreparado para a captura do "animal silvestre"........disse q estava sem luvas, q achava q o bichinho já estava capturado e tentou me enrolar falando pra eu deixar q mais tarde ela (o "animal silvestre" era uma fêmea) ia embora....hahaahhaha....falei, meu amigo, te arrumo luva e mais o q vc quiser ou precisar, mas vc NÃO vai embora daqui sozinho de jeito nenhum, eu tinha avisado q ela tava encurralada, mas q ninguém ia colocar a mão nela, isso era com vcs.......mas se não fosse meu marido e um amigo capturarem o bichinho com o "apoio" do fiscal, ele ia acabar ficando por lá msm........mas a história não acabou.....hoje de manhã, qd fomos limpar o lugar, achamos 6 (seis) filhotes !!! ok, liguei direto pro tel. q o rapaz simpático do PARNASO havia me dado e reportei o acontecido mais ou menos às 9 e meia da manhã......à 1h da tarde, meu marido já tinha capturado os 6 (SEIS) filhotes com a ajuda de um amigo e ninguém do parque municipal ou da sec. mun. de meio ambiente havia aparecido ou se manifestado apesar de eu ter dito q eram pequenos e q eu estava preocupada com a alimentação deles......liguei várias vezes e falei com tantas moças e moços simpáticos e com boa vontade q eu não tenho coragem de dizer os nomes (pq eu sei o nome de tds eles !) ....falei com uma q me garantiu, às 3h q o fiscal estava na porta, saindo do parque para a minha casa (deve ter sido o msm do dia anterior q acabou achando q ia ter trabalho demais e não apareceu !).
FATO : até às 5 e pouco da tarde, ninguém tinha aparecido apesar das minhas insistentes ligações, até q um outro simpático me disse pra deixar os bichinhos ali msm q eles só iriam buscá-los amanhã pq era um animal noturno e q a mãe, provavelmente, apareceria à noite para alimentá-los..... amanhã, imagina, falei pra ele......vcs os estão sentenciando à morte pq o condomínio esta cheio de gatos q vão fazer um banquete (já embalado pra viagem)......então coloquei a caixa de papelão no carro e fui do parque do imbuí até o PARNASO, correndo o risco de ser presa por transportar "animais silvestres", para q estes ficassem em segurança, nas mãos de um biólogo (q tb sei o nome, hein....rs) cujo, me garantiu o guarda florestal q os recebeu, cuidaria deles e iria alimentá-los de mamadeira até q eles pudessem se virar sozinhos e serem soltos por lá ! Só espero q isso, realmente, aconteça!”

Atualização 1: “ o pessoal do PARNASO foi mt legal, recebeu os bichinhos numa boa e eu acredito msm q eles estão em boas mãos, por isso os levei pra lá, para serem entregues ao guilherme andreoli ! Feio foi a falsidade do pessoal da sec. meio ambiente, defesa civil, parque municipal das montanhas, sei lá....q ficou num jogo de empurra e mentira, chegando ao ponto de uma funcionária (q eu to louca pra falar o nome) me dizer q o fiscal (q eu tb to doida pra dedar) estava na porta, saindo para a minha casa....isso eram 3h e ele não apareceu, ou seja, mentira dela, neh......se eu soubesse q ninguém apareceria, teria os levado bem mais cedo para q eles fossem alimentados logo !”(14/3) 

Atualização 2: “acabei de falar com o guilherme andreoli ( biólogo do PARNASO) e ele disse q eles já estão bem e q tinha mais um filhotinho lá q tava solitário e se juntou a turma !!! eles vão ficar juntos num viveiro até crescerem mais e ficarem fortes para serem soltos lá no parque msm....q bom, agora to tranquila !! :-)” (14/3)

Um comentário:

CECILUCKY disse...

Ok, muito simpático o relato da simpática pessoa que resolveu ajudar os animaizinhos silvestres.
Paulistana que sou, minha experiência aqui no interior tb passa por inúmeros encontros com a fauna silvestre. Lagartos, tucanos, cobras, gambás e quatis em especial. Nos primeiros casos, a tendência era quere-los longe do local onde habitamos. Já capturamos e reencaminhamos famílias inteiras. Por aqui, não há nem simpáticos com quem conversar...
Foi com o passar do tempo que "caiu a ficha" que nós é que viemos para "o mato", a casa deles. A partir daí resolvemos deixar as crias em paz. Passado o período do "desmame" e em que todos seguem suas vidas, daí sim é que tomamos providência: fechamos passagens, impedimos a eventual próxima instalação dos "invasores".
Creio que muitas vezes esbarramos em pessoas que não "resolvem" nossas aflições diante da questão porque estão mais acostumadas com esse cenário.
Uma coisa é visível: mais passa o tempo, mais os animais silvestres estão se "aproximado" dos núcleos humanos; geralmente, assustados por perderem a cada temporada, seu habitat natural, e por nossa causa.