10 de fev. de 2012

Charrete: não é pitoresco nem ético

O debate sobre as condições dos cavalos explorados por charretistas em Poços de Caldas continua. Algumas semanas atrás o sofrimentos dos animais virou manchete quando um dos cavalos passou mal no dia 30 de dezembro, obviamente por trabalhar muito além do que é fisicamente possível para que turistas insensíveis possam ter uma “experiência”. 

Segundo este artigo do UOL, o tutor do cavalo foi excluído da Associação dos Charretistas de Poços de Caldas. Segundo o artigo, a medida não satisfez os ativistas da causa animal, que estão divididos “entre acabar com as charretes ou mudar as regras para a atividade.”

Os animais trabalham 12 horas por dia, e sua expectativa de vida cai de 25 para 12 anos, o que é absolutamente escandaloso. 

Os reformistas defendem que os charretistas sejam obrigados a empregar três animais ao invés de um, o que obviamente vai simplesmente aumentar o número de animais explorados.

O secretário de turismo da cidade, José Carlos Polli, diz que não é possível acabar com as charretes porque 50 famílias dependem deles. 

Mas o passeio não precisa ser abolido. Substitua-se o animal por um veículo elétrico sem emissões. Cidade que vive de turismo deve ter mais imaginação. Eu duvido que alguém viaje para Poços de Caldas simplesmente para andar de charrete. Está na hora de dar alforria para esses animais e mandá-los para santuários. 




2 comentários:

Paula RB. disse...

Quando a gente pensa que vão mudar, catapultar e refletir sobre, lê-se essa "pérola", "Os reformistas defendem que os charretistas sejam obrigados a empregar três animais ao invés de um".

Alegar que há famílias envolvidas (nem precisa dizer o óbvio) não absolve, minimiza a questão dos maus-tratos, muito menos traz abono, licenciando tal condução.

Desculpe-me a colocação, mas assaltantes, pivetes, golpistas e agiota e por aí vai, também tem família. Se formos pensar por esse ângulo...

A prefeitura das cidades que tem carroças como meio de vida a trabalhadores deviam criar projetos-parceiros com bancos e demais entidades para trocar carroça com tração animal por carroça elétrica ou a pedal.

A parceria, afastada de fins lucrativos e que visem somente trazer aos municípios uma solução de século 21, é sem sombra de dúvida a melhor saída para todas as partes envolvidas nesse tema.

A mesma condução devia ser dada às cidades que usam charretes para atração de turistas. Trenzinhos motorizados, bicicletas,rickshaw e por aí seguem.

E, sinceramente? Turista tem que caminhar, conhecer a cidade a pé olhando e apreciando; fazendo exercícios cardiorrespiratórios e sentindo-se bem de tanta endorfina no corpo, e não abusando de animais quase sempre esquálidos, desnutridos e humilhados.

Lobo, desculpe-me ter alongado muito meu comentário.

loboreporter disse...

Muito bem colocado Paula, vamos substituir os cavalos por maquinas e fazer disso uma verdadeira atracao. Eu duvido que alguem viaje para uma cidade simplesmente para andar de charrete - isso e desculpa para nao mudar a situacao. Enquando isso seres vivos sao tratados como objetos. E uma verdadeira desgraca isso.