Em um dos últimos episódios do programa de TV Saia Justa, a apresentadora Teté Ribeiro levantou o debate sobre rodeios, que serviu de gancho para uma conversa sobre touradas. Teté disse a coisa certa. O bezerro que foi morto em Barreto foi ‘assassinado’ e ela expressou a opinião de quem entende do assunto: que esporte não pode ter a participação involuntária de um ser vivo porque para um animal não-humano aquilo não significa absolutamente nada. Sua opinião foi clara e direta.
Foi então que entrou no debate a jornalista Mônica Waldvogel,que disse que não gosta de rodeios por esses serem ‘cafonas’ mas que amou a tourada que assistiu na Espanha. Além do ter expressado uma opinião negativa em relação aos animais, é muito constrangedor ver uma jornalista conhecida se expressar tão mal e de forma tão tosca como ela o fez. Mônica admite que não sabe porque gostou das touradas, apenas jogou no ar umas palavras aleatórias como ‘tradição’, ‘ritual’, de forma fragmentada e sem nexo, para dar alguma base intelectual a bobagem que disse.
Felizmente a opinião geral da maioria foi contrária a esses dois tipos de crueldade contra animais discutidos. A atriz Camila Morgado ficou mais ou menos na dela e Eduardo Moscóvis deixou claro como ele acha repugnante as touradas e os toureiros. Mônica ficou mal na fita e se ela for uma pessoa inteligente, esse não foi um dia quando ela expressou isso muito bem.
Um dos problemas hoje em dia na mídia de massa é o que em inglês se chama de ‘punditry’ – um tipo de ‘opionismo’ sobre temas sobre o qual as pessoas em questão não sabem nada, ou pelo menos não mais do que o espectador ou leitor. Em geral são opiniões pessoais de leigos com uma aura beatificada de opiniões especializadas.
O debate é bom, mas as pessoas precisam aprender que quando elas emitem suas opiniões na mídia elas tem uma responsabilidade de contribuir para o debate e ter um compromisso com a ética. Não vale a pena criar simplesmente mais ruído eletrônico.
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