9 de jun. de 2011

O Doutor Morte das chinchilas

O sopro da morte. Carlos Perez com uma de suas vítimas. Foto: Diário de SP
Uma matéria sobre a criação de chinchilas em Itapecerica da Serra, em São Paulo, deixa frio qualquer ser humano que tenha coração. É lá que o argentino Carlos Perez cria suas vítimas para serem assassinadas. Depois, ele vende suas peles para compradores croatas e canadenses, que por sua vez abastecem o mercado chinês. 

Sintam o teor do texto

“Com um olhar treinado há 40 anos, o argentino manuseia o pequeno mamífero guardado em gaiolas. Abre a portinha, a chinchila corre para o fundo, Carlos passa a mão sob o peito do bicho e o traz para fora. Em seguida, segurando pelo rabo, enche o pulmão de ar e direciona o jato no pelo.” 

O ‘jato no pelo’ se refere ao procedimento de análise da qualidade do pelo da vítima. O texto descreve esse negócio nefasto que nem mesmo regulado pelo Ibama é. Mas que diferença isso faria? Os animais vão morrer em nome da vaidade e do lucro fácil. 

Uma novidade: O Brasil é o segundo maior produtor de peles de chinchila no mundo (que honra!), perdendo apenas para a Argentina. As peles custam US$70 enquanto as de maior qualidade chegam a custar US$180.

É difícil descrever o sentimento que fermenta quando se lê um texto como esse. O que leva um ser humano a escolher uma profissão tão sombria, tão negativa como essa? Como pode uma pessoa se desligar a tal ponto da linha que conecta coração e mente e que se chama compaixão? 

A ganância realmente é a nuvem escura que paira sobre o mundo. Ela corrompe, ela mata a sensibilidade, ela deixa o mundo feio. Os animais são as suas maiores vítimas. São esquartejados para que seus corpos possam ser devorados, suas peles são arrancadas pela vaidade, sua força explorada para trabalho, sua beleza vendida como atração em zoológicos, seus sistemas biológicos explorados como meros instrumentos de pesquisa. 

O mundo não precisa ser assim e ele não vai permanecer assim por muito tempo porque esse modelo é insustentável. Nós temos a escolha: ou mudamos o paradigma e nos tornamos veganos em todos os setores da nossa vida (comida, roupa e nossa relação geral com a natureza), ou nos destruímos, assim como Carlos Perez destrói as chinchilas após soprar seu pelo. Esse sopro está prestes a se reverter.

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