A organização finlandesa de direitos animais Oikeutta Eläimille publicou uma investigação detalhada da indústria de peles naquele país, a maior já realizada até hoje. Ela cobriu fazendas em 35 municipalidades em toda a Finlândia, principalmente na parte ocidental, onde elas se concentram.
O time de investigação visitou 80 fazendas de peles entre a primavera e o inverno de 2010. O que eles encontraram é chocante: raposas com pernas faltando, filhotes comendo seus irmãos mortos, feridas abertas, machucados, comportamento estereotipado, canibalismo, animais mancos, infecções oculares e na gengiva, animais em decomposição na jaula com animais vivos.
Cerca de 30% das fazendas investigadas são certificadas. A certificação é administrada pelos próprios fazendeiros para melhorar sua imagem pública. Eles dizem que isso garante o bem estar dos animais.
Na realidade, as fazendas certificadas têm exatamente os mesmos problemas que as não certificadas, às vezes até piores. Uma fazenda certificada foi visitada pelo time investigativo três vezes em três meses, onde eles documentaram que alguns dos animais, doentes com severa infecção da gengiva, ficaram sem tratamento durante todo o período de tempo.
Doença e sofrimento
Mais de 90% das fazendas investigadas tinham animais com infecções oculares. Muitos dos animais não conseguiam sequer abrir seus olhos. Mais da metade das fazendas tinham animais com feridas nos ouvidos. Mais de 30% das fazendas tinham animais com feridas abertas.
“Feridas e outras formas de lesão são chocantes. Mas o pior sofrimento não é tão fácil de ver. Animais silvestres são trancados em pequenas jaulas durante todas as suas curtas vidas, sem a possibilidade de agir de acordo com o seu comportamento natural. Isso causa estresse e sofrimento mental para os animais. Esses problemas não podem ser resolvidos com inspeções ou controle oficiais. Fazendas de raposas já foram proibidas na Suécia, por exemplo, porque a lei exige que as raposas possam cavar e viver em grupos sociais”, disse Anne Nieminen do Oikeutta Eläimille.
O tratamento não-ético dos animais nas fazendas de pele da Finlândia foi trazido à atenção do público um ano atrás quando Oikeutta Eläimille publicou uma investigação parecida. As investigações revelam que o sofrimento, feridas e comportamento estereotipado são uma parte inseparável da indústria de peles, e uma conseqüência direta das condições da jaula.
“Esta indústria, que viola o bem estar animal descaradamente, já foi condenada pelo público. Agora nós precisamos de ação direta dos políticos e das pessoas de modo que possamos por um fim a essa prática cruel”, completou Anne Nieminen.
A Oikeutta Eläimille exige uma proibição total das fazendas de peles.
Imagens da investigação podem ser vistas no website: www.tarhauskielto.fi
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