Via Mongabay |
Séries de TV que cativam o público por focarem em animais selvagens e veiculadas através de canais como Discovery Channel criam uma impressão de intimidade com a chamada ‘vida selvagem’. O que muita gente não sabe é que a maioria desses filmes apelam para recursos não éticos como tormento de animais, cenas montadas e o uso de animais treinados.
Essas acusações partiram de Chris Palmer, um veterano da indústria com mais de 300 horas de programação original para a televisão, além de trabalhos para o cinema e a autoria de um livro sobre esse gênero audiovisual.
Palmer admite que seus filmes usaram de métodos não éticos e que uma proporção grande de programas sobre a vida animal é tão roteirizada quanto os filmes de Hollywood.
“Meu objetivo sempre foi usar a televisão para promover conservação e mudar políticas públicas”, ele diz, mas admite que esse não é o objetivo de cineastas da vida selvagem. Em geral seu objetivo é acima de tudo conseguir números altos de audiência, o que os leva a desejar imagens de um animal se comportando de uma certa forma. Daí o uso de cenas montadas.
“Se você vir um close-up de um urso nas suas pernas traseiras, urrando, provavelmente existe um treinador nos bastidores dizendo a ele o que fazer”, Palmer diz.
Os animais treinados variam de ursos a tigres siberianos. Eles são mantidos em reservas privadas ou fazendas de animais silvestres. “São lugares estressantes para os animais, especialmente animais grandes e carismáticos como ursos, lobos e linces; muitas vezes esses animais são mantidos em jaulas pequenas” ele diz.
Chris diz que a manipulação é motivada por dinheiro porque economiza tempo. Ele resolveu “abrir o bico” porque se cansou de ver tanto tormento de animais durante filmagens, o público sendo enganado e a falta de conservação nos filmes. Para tentar mudar a situação no futuro, ele fundou um centro de cinema ambiental na American University para educar a nova geração de cineastas sobre como produzir filmes sobre animais usando uma metodologia ética.
Fonte: Mongabay
Um comentário:
só sendo muito inocente, e até pueril demais, crer que em certos documentários não existam intervenções além do aceitável.
Para que um documentário tenha audiência mediana, animais são manipulados e abusados em sua dignidade, além do comprometimento emocional nessa manipulação.
Infelizmente, por mais culpa dos espectadores diga-se de passagem, se o apresentador não tocar, mexer, puxar e revirar o animal apresentado o documentário “perde a graça” e seu objetivo. Se vê claramente que o apresentador está ali pelo gordo cachê e seu estrelismo.
Há de até selecionar que tipo de documentários devem ser assistidos pelo seu derradeiro comprometimento e respeito com a fauna, a ecologia e a pedagogia.
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