26 de out. de 2010

A incoerência do Ibama

O vídeo abaixo mostra uma matéria longa sobre o caso do papagaio cujos tutores pediram sua guarda na justiça. Esse é um caso interessante. Apesar de eu ser contra a domesticação de animais, eu acho que depois de muitos anos em uma casa o papagaio estará melhor nas mãos do casal que o abriga do que do Ibama.

Será que o fato de nascer em cativeiro elimina seu instinto por companhia da mesma espécie? 

Existe uma inconsistência filosófica no Ibama. O inspetor entrevistado disse que para o bem-estar do animal ele precisa conviver com outros de sua espécie, o que é certo. Mas ao mesmo tempo o órgão emite autorizações de posse de animais da mesma espécie quando eles são criados em cativeiro.

Ora, que diferença faz para o animal se ele nasceu em cativeiro ou na floresta? Será que o fato de nascer em cativeiro elimina seu instinto por companhia da mesma espécie? Claro que não. O que o Ibama precisa fazer é proibir de vez essa criação de animais destinada à venda. Enquanto persistir a idéia de que os animais podem ser convertidos em propriedade comercializáveis, haverá tráfico.

Não basta fazer apreensões – é necessário mudar o nosso olhar para os animais e vê-los como sujeitos autônomos.


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2 comentários:

Paula RB. disse...

Exatamente, Lobo. Ou se permite a comercialização legalizada de animais silvestres, ponto pacífico; ou se emite parecer que animais precisam conviver com sua espécie e por isso não podem ser comercializados.

Concordar para depois discordar é uma absoluta falta de congruência, sinceramente.

Deixar ter criadores com venda autorizada para, posteriormente, retirar um animal "legalizado" de seus tutores gera dualidade e põe em xeque a boa índole do órgão citado.

loboreporter disse...

Exato. O casal em questao ganhou minha simpatia porque eles resgataram o papagaio e eu acredito na amizade entre especies que pode surgir de casos como esse. Agora, aqui perto da minha casa existe uma pet shop que mantem um tucano em sua vitrine e aparentement o que eles fazem e legal. Faz sentido isso? Nenhum.