17 de out. de 2010

Abuso de animais na TV exemplifica a falência moral e criativa da TV

Os meios de comunicação baseados na imagem sempre se utilizaram do impactante, da tática de choque para atrair a atenção de um público cada vez mais ávido pelo extremo.

Quem não se lembra do debate de 30 anos atrás sobre a violência dos desenhos animados, quando pedagogos debatiam se a televisão estaria influenciando as crianças negativamente. Depois veio a violência truculenta do cinema, com os filmes de Rambo e similares. Depois os videogames, ultra-violentos e altamente viciantes por serem interativos.

No começo da década de 2000, a chamada ‘reality TV’, uma forma barata de TV que utiliza o ‘cidadão comum’ e amador como protagonista do universo eletrônico até então reservado para profissionais, começou a dominar a programação.

Hoje ela reina absoluta, mas para manter a audiência torna-se cada vez mais apelativa, operando no limiar da legalidade e com total desrespeito pela ética.

Um dos exemplos atualmente no ar é um programa chamado Hipertensão em que os participantes se submetem a provas humilhantes de alto esforço físico. É um espetáculo triste de ser ver, mas pelo menos os indivíduos escolhem se lançar como bonecos remunerados de um espetáculo sado-masoquista.

O mesmo não se pode dizer dos animais que são devorados e mortos nesse programa. A sua participação é forçada e reforça a idéia de que animais são elementos de cena, criaturas peçonhentas que devem ser destruídas. O animal é apresentado como material de um pesadelo, e não como uma entidade natural que tem um lugar no mundo.

Não é a primeira vez que a emissora em questão se utiliza dessa técnica cruel e barata para criar sensacionalismo. E nem será a última já que as autoridades competentes não a punem como deveriam. Cabe ao cidadão boicotar esse tipo de programa e virar suas costas para mais esse exemplo de brutalidade promovido como ‘entretenimento’.

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