Antes do filme começar, passaram uma série de comerciais feito especialmente para cinemas. Um deles era de uma marca famosa de manteiga aqui na Inglaterra chamada Anchor.
O comercial mostra vacas animadas chegando ao trabalho todos os dias para fabricar manteiga. As vacas batem ponto, controlam a qualidade do produto, fazem um ‘break’ com sanduíches de gramas que elas retiram de uma máquina operada com moedas e sorriem quando um funcionário feliz parte em um caminhão, levando a a manteiga para ser distribuída.
No final aparece o slogan: Anchor, Feita Por Vacas.
Esse tipo de estratégia é comum na indústria de exploração animal. Para disfarçar a crueldade da exploração animal, emprega-se uma mitologia infantilizada e nostálgica de uma relação simbiótica com os animais, que aparecem fazendo o seu trabalho voluntariamente e de bom grado.
Essa estratégia apela para uma visão bucólica da agricultura animal, que obviamente é falsa, como vários vídeos investigativos que circulam pela internet demonstram.
E mesmo que a vida das vacas fosse realmente ‘boa’ como essas propagandas sugerem, ainda assim elas teriam seu fim no matadouro.
Donald Watson, que fundou a Vegan Society na Inglaterra em 1944 e criou o termo, cita uma visita a uma fazenda familiar, que hoje seria considerada ‘orgânica’, como sua fonte de inspiração para o veganismo.
Ele não precisou ir a uma fazenda-fábrica do pós-guerra para ver que o direito a autonomia dos animais é retirado deles quando eles são submetidos a domesticação e o cativeiro.
Veganismo é principalmente uma oposição a idéia de domesticação de animais.
Não existe a vaca feliz. Existe apenas o produtor explorador. O único animal feliz é o animal que pode viver livre em seu habitat, com todos os desafios e prazeres que a natureza lhe possibilita.
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