Uma matéria sobre circos publicada (21 de março) ontem na Folha de São Paulo (online, mas apenas para assinantes) se camufla de jornalismo imparcial para dar voz aos donos de circos que querem perpetuar a crueldade que é manter animais como atrações sob lona.
Como já é unânime que os animais sofrem quando presos em circos – será que alguém pode duvidar que um circo é um inferno para um elefante, por exemplo? – é completamente irrelevante seguir a regra jornalística de ouvir os dois lados nesse caso. Na verdade, ao fazer isso, a Folha aparenta tendenciosa a favor dos donos de circo pois está ouvindo a opinião de pessoas que têm interesse econômico em perpetuar esse abuso contra animais (além de ter dado menos espaço para os defensores de animais). É como ouvir um pseudo-cientista que duvida da mudança climática em uma matéria sobre meio ambiente. Não faz sentido e nos leva a crer que a publicação tem algum interesse em manter uma situação insustentável.
Disfarçar essas estórias com uma camada fina de nostalgia não adianta. O mundo mudou e os circos que quiserem continuar na ativa têm que retirar os animais de cena. A discussão já foi feita e os circos com animais perderam. É simples assim.
Update: Outro comentário (mais detalhado) sobre esta mesma matéria da Folha de São Paulo.
Um comentário:
quem já esteve num circo com animais ou assistiu cenas de circo com animais sabe muito bem a dor e o flagelo de como "vivem" esses.
São tristes, moribundos, esquálidos e largados a própria sorte, melhor, aprisionados e enjaulados a própria sorte.
Gostaria, fica a sugestão àqueles que duvidam disso simular 1 semana, apenas 7 dias nessa situação e depois relatar, com criticidade e justiça, como se sentiram.
Postar um comentário