10 de jan. de 2010

Lars Von Trier matou um burro durante filmagens de Manderlay

Eu sempre fui fã do diretor de Lars Von Trier (foto), cujo mais recente trabalho se chama Anticristo. Mas eu fiquei muito desapontado em saber por acaso, nas minhas navegações pela internete, que durante as filmagens do filme Manderlay (2005) Trier sacrificou um burro para esquartejá-lo durante uma cena. A cena foi retirada da edição final graças aos protestos de ativistas dos direitos animais, embora o pior já tivesse acontecido. Mas pelo menos essa atrocidade não chegou às telas. E o ator vegetariano John Reilly abandonou o set de filmagens em protesto.

Trier disse que o animal já estava velho e foi morto humanamente. Mas será que ele acharia válido usar o corpo de uma pessoa que tivesse morrido naturalmente como objeto de cena? Não é a função do artista usar sua imaginação e artifício? Porque se para criar drama for necessário reproduzir situações literalmente, o que seria dos filmes de guerra, cenas de estupro e morte que populam o imaginário cinematográfico?

Trier com certeza sabe disso e somente optou assassinar um animal porque ele pensa que os não-humanos são coisas e não seres vivos que merecem nosso respeito. Sua atitude foi especista e extremamente egoísta, já que ele imaginou que a vida e a dignidade de um animal deveriam ser sacrificadas por uma obra sua. Mas ele viu na prática que não existe mais lugar para esse tipo de pensamento no mundo em que vivemos.




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