Como brasileiro de nascimento e londrino de coração, eu posso dizer que Londres é minha cidade favorita nesse mundo e que teve uma grande influência na minha transição para o vegetarianismo.
Em Londres a palavra vegetarianismo está em toda parte. Não soa como uma coisa estranha ou excêntrica.
Outro dia um amigo que não é vegetariano me escreveu dizendo que havia escolhido a opção vegetariana no jantar de Natal de sua empresa. Ele escreveu porque sabia que eu iria gostar da notícia. E ele pode fazer essa escolha porque as empresas na cidade sempre se preocupam com a inclusão.
Muitos restaurantes não-vegetarianos incluem um menu vegetariano no cardápio. Muitas vezes não apenas vegetariano mas também vegano. Isso também se aplica aos supermercados, que marcam claramente os produtos adequados para vegetarianos e veganos. Os termos circulam no dia a dia, o que os normaliza.
Por isso não me surpreende que a PETA tenha escolhido Londres como a cidade mais receptiva aos vegetarianos. É verdade. Meu amigo e artesão vegano Roberto esteve em Paris recentemente e relatou como é difícil comer bem naquela cidade se você se recusa a comer restos de animais. Londres e um oásis em comparação a capital francesa e todo o resto da Europa.
O fato de Londres ser um paraíso vegetarino tem uma explicação histórica. Tanto o vegetarianismo como seu sucessor natural, o veganismo, surgiram na cidade. Os Românticos literários do começo do século XIX já militavam pelos animais e defendiam uma dieta vegetariana como parte da luta contra a opressão.
Londres sempre foi uma cidade originadora de idéias novas, principalmente no campo da ética e comportamento. Por isso ela mais que merece esse título.
Para coincidir com o anúncio, a Peta lançou mais um vídeo narrado por Sir Paul McCartney, que mantem uma casa na cidade, em que ele mostra os horrores sofridos pelos animais que são brutalmente convertidos em comida. O vídeo, em inglês, se chama Glass Walls (Paredes de Vidro) em referência a sua famosa afirmação: “Se os matadouros tivessem pareces de vidro, todo mundo seria vegetariano”. Com a tecnologia de vídeo, essas paredes estão se transformando em vidro e todo mundo pode ver o que acontece nesses lugares de horror, pânico e morte. Não há mais desculpa para inocência em relação a esse tema. Vale a pena assistir em companhia de Paul.
E viva Londres e o veganismo!
Find out more at Meat.org.
Um comentário:
É verdade. Edimburgo tbm não fica atrás, tem opções vegetarianas em quase todos os lugares.
Em compensação aqui na minha cidade, se pedimos algo sem carne alguma nos oferecem presunto... = / ...
Outro dia perguntei a uma atendente como era um "presunteiro", pois nunca tinha visto um...
Fazer o que?
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