26 de nov. de 2009

Criação urbana de galinhas preocupa ativistas

Uma tendência recente de se criar galinhas em quintais de casas urbanas nos Estados Unidos e Europa tem preocupado defensores dos animais. Como no caso de cães e gatos comprados, muitos acabam sendo abandonados e terminam em abrigos públicos, já sobrecarregados e incapazes de lidar com essa população extra. Além do mais, o cuidado com aves é mais complicado, já que poucos veterinários tratam aves.

Essa moda está ligada ao fato de muitos urbanóides desejarem uma aproximação com a natureza. Equivocados quanto ao modo de fazer isso, eles compram galinhas pelo correio, uma forma cruel de transportar pintos de apenas um dia, além de se criar demanda por mais criação, um negócio pouco regulado que pouco se importa com o bem estar dos animais. Existe também a questão da legalidade: nem sempre manter aves no fundo do quintal é permitido municipalmente.

Na verdade o grande lucro está na venda de apetrechos para a criação das aves: galinheiros com o design moderno, cercados, ração, etc. A forma como esse comércio ocorre também varia. Por exemplo, a BBC relatou essa semana que uma empresa em Navarra na Espanha oferece galinhas para serem alugadas por um período máximo de um ano. “As galinhas de aluguel custam R$ 190 mensais, e o serviço inclui entrega em domicílio, galinheiro, ração e garantia de seis ovos por semana”, disse a reportagem.

Preocupada com essa tendência, United Poultry Concerns, uma ONG americana cujo foco é em aves, lançou um panfleto clarificando os problemas relacionados à esse novo e infeliz fenômeno. Como nos casos dos cães e gatos, a recomendação é que se adote galinhas que foram salvas do abate e que elas sejam tratadas como se trataria qualquer outro animal doméstico: como um amigo e não uma fonte de comida.

Na Inglaterra existe um movimento enorme de adoção de galinhas resgatadas de granjas de ovos (foto). Essas galinhas requerem muito cuidado porque saem devastadas de suas jaulas minúsculas. Mas a recompensa de ver uma ave se recuperar é enorme. Quanto aos ovos que elas põem, eles podem ser usados como alimentação para as próprias galinhas. Quebre-os, coloque-os em uma forma e cozinhe-os no forno por cerca de quinze minutos a 180 graus para secar a clara e remover bacteria. Depois, deixe os ovos esfriarem e bata-os até que eles virem um pó grosso, que então pode ser misturado à ração.

Conviver com galinhas pode ser um experiência muito recompensante, mas deve ser um gesto impulsionado por amor e solidariedade e não pelo espírito de exploração.


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