27 de jul. de 2009

Ovelha não é aparador de grama ecológico

É possível ser ecológicamente correto e explorar animais ao mesmo tempo? A resposta é simples: não.

Assim como a chamada carne feliz é uma falácia, um golpe da indústria para atrair consumidores com uma consciência ecológica, usar animais como ferramentas revela uma atitude especista. A exploração pode colocar uma máscara benevolente, mas o princípio que a impulsiona é o mesmo: que a vida dos animais não têm valor intrínsico e que eles podem ser usados como propriedade humana.

Com isso em mente, foi com desprazer que li que a sede da ONU em Genebra ganhou um prêmio ambiental por usar ovelhas para cortar gramados, além de outras medidas ecologicamente corretas na área verde que ocupa.

O prêmio foi dado pela ONG suiça Nature & Économie ao Palais des Nations que abriga as agências humanitária, econômica e do comércio da ONU das Nações Unidas pelo seu trabalho em “estimular a diversidade biológica e evitar o dano ecológico.”

O irônico é que foi a própria ONU que em 2006 lançou um relatório sobre o impacto da agricultura animal no aquecimento global, que revelou que essa produz mais gases estufa do que toda a malha de transporte do mundo. Não seria coerente da ONU então evitar usar animais em seu próprio âmbito? A cena pode parecer inocente – um grupo de ovelhas pastando em frente às Nações Unidas na Suiça – mas a idéia não. E é muito provável que o fim desses animais será o matadouro.

Com informações da Globo.com

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