20 de abr. de 2009

Semana internacional dos animais de laboratório

Todo ano, centenas de milhões de animais – gatos, cães, primatas não-humanos, roedores e outros – sofrem e morrem em laboratórios de pesquisa e em salas de aula de cursos ligados à área médica. Essa semana é uma oportunidade de expor sua agonia e um sistema de pesquisa que perpetua experimentos animais ultrapassados em detrimento de tecnologias modernas, mais humanas e éticas.

Apesar das afirmações de grupos de interesse, o uso de cobaias não é necessário para promover a saúde humana.

Todo o sistema de bolsas de pesquisa é baseado em uma mentalidade cartelista e preconceituosa contra os animais com muito dinheiro, interesses individuais e corporativos em jogo. Os poucos dispositivos legais de proteção aos animais em laboratórios e em salas de aula são meros protocolos que carecem de implementação adequada. Pesquisas redundantes feitas por cientistas que simplesmente querem avançar suas próprias carreiras predominam nesse meio que se protege com uma aura de benevolência, hermetismo, leis antiquadas e altamente tendenciosas.

A verdade é que qualquer pessoa leiga pode se manifestar contra o uso de cobaias simplesmente porque não há como justificá-lo eticamente. Um produto da mentalidade super-especista do século XIX, esse sistema de desenvolveu baseado em concepções errôneas e manipulativas sobre a extrapolação de dados entre espécies. Cada espécie é diferente da outra; imagine o absurdo que seria, por exemplo, testar remédios para cavalos em ratos. Além disso, os animais são saudáveis no começo do experimento, sendo infectados e feridos artificialmente. Isso difere muito do curso espontâneo de doenças e traumas que acontecem no corpo humano.

Cientistas éticos hoje buscam alternativas humanas e sofisticadas para o uso de cobaias, como o cultivo de células artificais, simulações em computadores e testes in-vitro. Cabe lembrar que a prevenção de doenças com dieta e mudanças em estilo de vida ainda é a melhor forma de se prevenir contra os males mais comuns, tais como obesidade, diabete, problemas cardíacos e alguns tipos de câncer. A afirmação de que testes em cobaias ‘salva dúvidas’ é, no mínimo, dúbia e exagerada. Em geral ela significa apenas o prolongamento de uma vida por alguns meses a base de medicação pesada e claro, muito cara. 95% dos medicamentos considerados adequados ao uso humano depois de passar por testes em cobaias são retirados do mercado por causa de efeitos colaterais negativos - efeitos colaterais de medicação é a terceira principal causa de morte no mundo, segundo a respeitada revista The Ecologist. É hora de buscarmos uma ciência ética específica para cada espécie, que não cause mal, baseada em evidência e não em especulação.

Para conhecer o website internacional dedicado a essa semana de conscientização sobre o uso de cobaias, visite: http://www.wdail.org/. No Brasil, a InterNiche é a principal referência anti-vivissecção. Visite: http://www.internichebrasil.org/.

Participe dessa semana escrevendo para um jornal local, panfletando, falando sobre o assunto com seus amigos e ligando para as instituições locais dizendo que você é contra o uso de animais no ensino. Juntos podemos fazer uma diferença para as vítimas da ciência cruel.






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2 comentários:

Robson Fernando de Souza disse...

Excelente, Lobo. Devemos divulgar mesmo os abusos da vivissecção.

Mas um toque tem que ser dado:

"95% dos medicamentos considerados adequados ao uso humano depois de passar por testes em cobaias são retirados do mercado por causa de efeitos colaterais negativos."Sempre é bom dizermos fontes dos dados que mostramos. Até porque muitos defensores da vivissecção são céticos de carteirinha.

Abs

loboreporter disse...

Obrigado Robson, eu tenho certeza que esse dado é correto de memória, vou tentar encontrar uma fonte oficial.

Abs!
Lobo