27 de jan. de 2009

Tourada mirim, aberração gigante

A notícia de que um menino de 11 anos matou seis touros jovens em uma única tourada simplesmente para entrar no livro Guiness de Recordes demonstra como o especismo frequentemente se entrelaça com a falta de respeito pela criança. No que consta, grupos de defesas de animais e crianças tentaram impedir o evento, mas o prefeito de Mérida no México cedeu à pressão do pai do menino, um toureiro francês aposentado, e da mãe, uma empresária. Felizmente a Guiness World Records lançou uma nota dizendo que não reconhecerá o resultado porque não aceita recordes baseados na morte e ferimento de animais.

Uma autorização judicial abriu as portas para o evento, para a morte de seis animais e para a corrupção permanente de uma criança, que ao invés de estar brincando, foi manipulada a buscar glória da forma mais repulsiva que seus pais irresponsáveis poderiam ter maquinado.

Como dito acima, o especismo explora a criança, seja através de lojas que vendem animais (quase sempre direcionadas ao público infantil), os zoológicos (idem), circos que usam animais, parques aquáticos, charretes puxadas por cavalos etc. A atração da criança por animais em geral é pura, mas logo é corrompida pela indústria de exploração que os apresenta como um produto ou como escravo. No caso do toureiro mirim do México, esse teve a infelicidade de ter um pai que provavelmente o influenciou desde o berço. Como um juiz teve coragem de permitir que esse espetáculo acontecesse é um desafio à lógica. O que ele deveria ter feito é ter penalizado os pais por explorar o próprio filho em um espetáculo tão grotesco.


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