Se alguém precisava de mais evidência que organizações bem-estaristas padecem de esquizofrenia crônica e confundem o público com mensagens conflitantes, uma matéria publicada pelo jornal inglês Independent a fornece.
A RSPCA e Compassion in World Farming estão apoiando uma campanha para estimular o consumo de vitela nacional. O argumento é que os padrões de bem-estar na Inglaterra são mais elevados do que no resto da Europa, para onde eles são transportados em jornadas longas, e a criação de uma mercado nacional, que no momento é quase inexistente por causa do estigma ligado ao 'baby beef' no país, diminuiria o sofrimento dos animais. Os bezerros machos vivem no escuro e sem possibilidade de movimento durante quatro meses antes de serem mortos, e vivem de uma dieta líquida baixa em ferro para que a carne fique mais clara. Como o foie-gras, 'baby-beef' é um dos produtos animais que atrai mais crítica, mesmo de não-vegetarianos.
A matéria cita a Peta que fez um comentário sensato: "Esse plano pode ser bem intencionado, mas a resposta para salvar os bezerros do transporte de longa distância, confinamento em baias pequenas e cruéis e o abate após o nascimento não está no estímulo do consumo de carne. Qualquer pessoa realmente preocupada com o bem-estar dos bezerros deveria parar de consumir produtos laticínios e tornar-se vegano."
O que é mais triste nessa estória é que a Compassion in World Farming estará desfazendo seu próprio trabalho, já que no começo da década de 1990 ela conseguiu tornar a carne de vitela em um produto tabu. E é provável que ela terá êxito nessa empreitada suicida e traidora.
Curiosidade: vitela em inglês é 'veal', que se pronuncia como a palavra portuguesa 'vil', que descreve precisamente o seu processo de produção (e de todo o resto da indústria). Isso é o que eu chamaria de 'vingança fonética'.
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