Via Tribuna Animal: A proibição do uso de animais vivos nos cursos de graduação da Faculdade de Medicina do ABC rendeu ontem (19 maio) homenagens da Câmara de Vereadores de São Paulo ao Diretor e à Vice-diretora da instituição de ensino. Em sessão solene agendada para às 19h, a Dra. Maria Alice Tavares da Silva recebeu o título de Cidadã Paulistana, enquanto Dr. Luiz Henrique Camargo Paschoal foi contemplado com a Medalha Anchieta e com o Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo. A iniciativa foi do vereador Roberto Tripoli.
A Faculdade de Medicina da Fundação do ABC como a primeira do país a abolir o uso de animais vivos nas aulas de graduação através de uma portaria em vigor desde 17 de agosto de 2007. A prática permanece liberada somente para pesquisas inéditas, com relevância científica e previamente aprovadas pelo CEEA - Comitê de Ética em Experimentação Animal da FMABC. “Existe movimento mundial para substituição do uso de animais na graduação por outros modelos. Atendemos solicitações de diversos docentes e alunos e resolvemos tentar, para posteriormente termos opinião definitiva."
Mais recentemente – nos meses de março e abril – a ONG inglesa InterNICHE fez um giro acadêmico por Bolívia, Peru, Argentina, México e Brasil divulgando o “1º Encontro sobre métodos substitutivos ao uso de animais na educação: a ética no avanço do saber”. Quatro instituições nacionais acolheram as atividades: Faculdade de Medicina do ABC, PUC-Campinas, Unicamp e Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP.
A iniciativa da InterNICHE buscou proporcionar condições de diálogo entre profissionais de ciências da saúde, assim como divulgar métodos substitutivos e a combater o modelo animal de ensino. “As leis vêm dos laboratórios e não têm perspectivas educacionais. Defendemos a educação humanitária e que não promova danos aos animais”, declarou o coordenador-geral da InterNICHE, Nick Jukes, durante palestra na Medicina ABC. “Hoje podemos simular cirurgias ‘vivas’ em cadáveres preparados especificamente para esse fim. Temos centros que fazem esse trabalho com elevado grau de realidade, inclusive em treinamentos de neurocirurgias complexas”, explicou o palestrante internacional, que trouxe na bagagem exemplos práticos de métodos substitutivos, como o de um cachorro artificial e o de um sapo real, morto naturalmente e preservado quimicamente para utilização no ensino.
Para ler mais sobre o uso de animais em pesquisa, que invariavemente involve confinamento, agonia e morte, clique aqui.
(Foto: Diretor e Vice-diretora da FMABC, Dr. Luiz Henrique Paschoal e Dra. Maria Alice Tavares, com "Sorriso" - o cachorro mascote da Faculdade - que um dia escapou de virar experimento).
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